Zoo de Luján, incrível e inesquecível

O título alternativo pra esse post é ‘o dia em que eu dei um beijo no focinho de um leão’, mas ficou muito grande, então o oficial é esse aí de cima. Bom, o post é bem longo, então aqui vai um resumo do que vocês vão encontrar: Mitos e Verdades dos reviews do Zoológico, como chegar, bilheteria e claro, fotos!

Minha paixão por bichos e especialmente felinos é absurda. Quando estava planejando minhas férias eu já sabia que eu iria pra algum lugar da américa do sul, mas estava tentando fugir do ‘clássico’ Buenos Aires pelo fato de que meu namorado já tinha ido pra lá duas vezes e queria conhecer um lugar diferente. E o plano era esse, até descobrirmos o Zoo de Lujan, que fica à uns 70km da capital do tango. Bom, esse foi o fator determinante de que eu finalmente iria conhecer Buenos Airesl e que meu namorado iria pra lá mais uma vez…

Resumo do Zoo de Luján pra quem nunca ouviu falar: é um zoológico em que você pode entrar nas jaulas dos leões e tigres, passar a mão, dar beijo no focinho, dar mamadeira…

Enfim, não preciso dizer quão foda isso parece ser né? Mas assim, nem tudo é perfeito e agora eu faço esse post com um braço a menos. Mentira. To inteira e vivona sem nenhum arranhão, mas é fato que a ida ao zoo tem alguns poréns (mas nada que te faça desistir da visita).

Começa com o meio de transporte. Como o zoo fica afastado da cidade (uns 70km), taxi está fora de cogitação, a não ser que você queira gastar todo o dinheiro que você ganhou em uma vida. Metrô também não dá, porque como eu disse, é afastado da cidade. Dai sobram os ônibus e as agências de turismo.

As agências oferecem serviço de traslado do seu hotel até o Zoo + guia (que vai falar tudo em espanhol e ninguém vai entender + bonus de que ninguém precisa de um guia pra ir num zoo) + o ingresso (que na porta custa 130 pesos) por um valor exorbitante de 400 pesos. Pra ir de transporte público é meio complicado pelo simples fato de que ninguém sabe de informar direito. Tanto que o recepcionista do nosso hotel nos indicou como pegar o onibus, E PASSOU O ONIBUS ERRADO, logo fomos parar em outra cidade, olha que legal! Depois de voltarmos super putos pro hotel e falarmos com outro recepcionista, descobrimos a linha certa pra ir até Luján. E olha, financeiramente falando, compensa bem mais do que ir com a agencia de turismo. No final desse post tem um “Como chegar em Luján”, para ninguém se perder e etc como aconteceu comigo.

Resolvido o problema de transporte, aparecem outros ‘problemas’. Que na verdade nem são problemas, mas sim ‘mitos’ que dão uma assustadinha se você ler muitas reviews do zoológico. Principalmente se você for ler o TripAdvisor, as opiniões lá são muito controversas e extremistas. Então vou mostrar o meu ponto de vista em relação a alguns pontos:

1. Situação precária dos Zoo: Mito. Tem uma ‘exposição’ de tratores antigos logo na entrada do zoológico e é realmente meio bagunçado, mas não chega a incomodar. Os banheiros são limpos. Os animais são bem alimentados. Tem lugar pra comer (embora tenham falado que a comida de lá é horrível e eu me garanti levando um lanche que comprei no caminho). Não tem nada caindo aos pedaços.

2. Os animais estão sempre dopados. Meia verdade. Alguns animais pareciam estar sob efeito de sedativos sim, mas não em todas as jaulas. Começa que os visitantes não podem entrar em todas as jaulas de leões e tigres, e olha que tem umas 10. Você só pode entrar em três ou quatro, e nessas sim, os animais parecem estar meio dopados. Porém os felinos são animais noturnos, então é natural que durmam durante o dia ou se sintam sonolentos. Daí rola a dúvida se aquele comportamento é natural ou foi induzido. Mas também entrei em algumas jaulas que os animais estavam bem acordados e ativos, e vou te contar que quando você entra em uma jaula com 6 tigres e apenas 2 aparentam estar dormindo e um fica andando de um lado pro outro, você entra num ataque de nervos.

3. Pouco espaço para os animais. Verdade. Luján não é bem um zoológico, e sim uma fazenda muito grande. Tive a impressão de que alguns animais estavam confinados em uma jaula minúscula. Algumas tinham com 4 ou 5 leões num espaço que não seria suficiente nem pra um só.

4. Animais maltratados pelos criadores. Mito. Em nenhum momento vi os criadores maltratando os animais. Quando eles começavam a ‘brigar’ (presenciei dois tigres adultos brincando de forma meio agressiva e dois filhotes também) os criadores davam comida ou faziam barulhos para chamar a atenção e distrair os animais. Mas sem tocar, bater ou qualquer coisa do tipo.

5. Visitas apenas para tirar fotos. Verdade, infelizmente. A visita às jaulas é bem rápida e isso me decepcionou um pouco. Praticamente é o tempo de tirar algumas fotos e sair. Compreensível, afinal o bicho pode ter crescido com cachorros, estar acostumado com pessoas, mas de qualquer forma ele ainda tem o instinto de um animal selvagem e pode ser perigoso.

6. Perda de tempo. Mito infinito.

7. Experiência incrível. VERDADE. Nesse ponto, se você gosta de animais, não há o que discordar. Olhar nos olhos de um leão adulto enquanto você dá uma mamadeira pra ele é impagável. Entrar num espaço com mais 10 filhotes de leão e tigres também não tem preço. Ver tão de perto esses animais tão lindos e ainda poder fazer carinho em suas costas é algo que eu nunca vou esquecer.

Mas o zoo também tem outros animais que merecem tanta atenção quanto os felinos. Como é uma fazenda, é normal encontrar patos, cavalos, cabras, bodes e até burros. Todos muito dóceis e simpáticos. Principalmente os cavalos, que são verdadeiras divas e adoram tirar fotos. Os elefantes (em Luján tem dois) foram um dos bichos mais legais. Super simpáticos e esfomeados, adoraram as pêras que demos a eles. Uma experiência realmente incrível. Recomendo a todos que vão/pretendem ir a Buenos Aires. 🙂

Agora vem a parte importante: COMO CHEGAR

Pra começar, você precisa ter um cartão SUBE, que é o bilhete único deles. Ele será muito útil se você pretender usar o transporte público. Os ônibus lá só aceitam moedas e cada um cobra um valor, então você pode se livrar de vários micos comprando o SUBE no dia que chegar a Buenos aires. O cartão custa 15 pesos + o $ que eu quis carregar.

Pra pegar o ônibus, você precisa ir até a Plaza Itália, que fica no Palermo. É bem fácil chegar lá de metrô, afinal tem uma estação bem no meio da praça. Ao sair da estação, você tem que se dirigir até a rua Sarmiento, que é uma travessa da Sta Fé, a rua do metro. Logo no começo da Sarmiento tem uma fila com vários pontos de onibus. O que vai até Lujan é da linha 57. Mas existem vários onibus da linha 57 que não vão pra Lujan, e é ai que você tem que ficar esperto.

Na frente do ponto tinha uma placa Zoo Lujan e era o segundo ponto da rua. O ônibus é um ônibus de viagem, vermelho da compania Atlantida. Ele passa em horários marcados, cerca de 30 minutos de intervalo entre um e outro e se os assentos estiverem ocupados, você tem que esperar o próximo. A maior vantagem do onibus, obviamente, é o preço. Ele custa cerca de 16 pesos. Se quiser ir e voltar com o onibus, tenha certeza de que tem em seu cartão a quantia certa para as duas viagens. Apesar de que logo na entrada do zoo oferecem uma van pra voltar por apenas 35 pesos, e ela faz a viagem em 50 minutos e te deixa em frente ao Obelisco na avenida 9 de julho. E ainda demos sorte do motorista gostar de strokes, fun e black keys. A viagem de onibus demora cerca de 2 horas e faz uma parada meio longa numa cidade antes de Luján, que chama Moreno.

O zoo não tem bilheteria, mas tem uma pessoa na porta vendendo os ingressos. Eles custam 130 pesos por pessoa e além de dar direito a visitar jaulas dos animais, tem o ‘brinde’ de um passeio de dromedário.